domingo, 6 de julho de 2014

Cigarros - I


Mas algo em mim - ou fora de mim - me arrastava para fora daquele quarto. Quando percebi já estava no banheiro segurando meu batom vermelho rubi, e na outra mão um perfume deliciosamente adocicado. Senti o gosto do batom em meus lábios, e meus cabelos estavam levemente cacheados, e isso me tornava uma mulher segura. A cor laranja das mechas caídas por minhas costas me tiravam a impaciência, me deixava calma e atraente. Joguei uma franja para o lado esquerdo enquanto ajeitava alguns detalhes nos olhos - cor mel com um fundo preto. Meu olhar era impactante, tanto que eu mesma sentia como um profundo ataque, golpe baixo e totalmente saudável. Confesso que meus olhos dizem mais que minha boca, mas também confesso que minha boca só consegueria algo naquela noite, atráves dos meus olhos - entenda da forma mais excitante que puder.
 meus cílios finalizavam uma maquiagem simples, sem exageros - a não ser a boca - minha boca chamava uma atenção que não conseguiria te explicar. O desenho perfeito e a cor mexia com minhas fantasias mais loucas - talvez as mais gostosas. Dei uma piscadela para mim mesma, e meu reflexo retribuiu um belo sorriso branco e cheio de dentes. Calcei meus sapatos pretos, arredondados, com uma fita preta no tornozelo. Não usava calça, apenas uma shorts de pano leve - seda - que me deixava muito sensual, era impressionante como minha bunda estava desenhada naquele pano claro, um tom palha lindo, sentia minhas pernas lisas e brilhosas perfeitamente moldadas com cheiro de baunilha. 
Ligeiramente vesti uma blusa bem decotada que deixavam meus seios incrivelmente lindos, arredondados de forma rígida, conseguia imaginá-los sem o sutiã, e isso me deixava orgulhosa dos meus médios seios. Meu busto era visivelmente brilhante, exposto e chamativo, acho que até - talvez-  poderia chamá-lo de provocante. Meus ombros tornavam tudo mais completo, finaliza a obra que eu estava enxergando. Estava com uma vontade imensa de transar e sabia que com meus sentidos tão aflorados, conseguiria alguém interessante para minha noite. 
Levantei-me e fui direto ao quarto, onde tinha um espelho maior com uma visão completa de mim. E sim, eu estava com minha auto estima lá em cima, meu ego estava onde ficam reis, e eu me sentia uma rainha completa, embora a necessidade de contato fosse estranhamente grande, uma faísca de insegurança bateu no fundo dos meus pensamentos. Não, sai! Vou ir atrás do que quero. Há tempos não me sentia de tal forma, tampouco - desculpe o termo - gostosa de tal forma que me embriagava entre olhadas e outras no espelho. Algo me impulsionava para fazer algo diferente, algo novo, algo que me arrependeria depois, mas de não ter feito antes! Quem sabe, a noite estava apenas começando e eu queria desperdiçar todo o tempo que gastei me arrumando com alguém. Peguei minha bolsa e logo que sai acendi um cigarro e nele ficou estampado o meu desejo de batom! O desenho que ficou marcado no cigarro me mostrava que minha noite seria intensa.

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