terça-feira, 22 de julho de 2014

Cigarros - II

Logo quando cheguei na festa vi poucas pessoas dentro de uma sala linda. Os quadros pela parede deixavam o ambiente mais rico e atraente. Haviam sofás espalhados nas laterais, num tom vermelho bem forte mas com apenas as luminárias brancas e pratas em formatos abstratos, acesas ficavam num tom bordô com tons alaranjados que refletiam em meus cabelos longos e levemente cacheados. As paredes eram escuras, e o que mais me chamava atenção era o lustre, imenso com detalhes prateados. Ele ficava no centro da área principal e era perfeito. Do lado oposto dos sofás, havia um balcão retangular e enorme, com todas as bebidas expostas de maneira suculenta, aquele lugar era demais.
Eu esperava em silêncio, tocava uma música muito sensual, e aos pouco, as poucas pessoas dali já estavam flertando entre si, e eu? Eu não sabia o que a noite me reservava.
Passou alguns segundos e encontrei um casal encostado na porta, eles estavam se devorando, ela o beijava de um jeito que parecia que iria comê-lo, ele começou a beijar o pescoço da moça e enfiou sua boca em seus seios. Não tinham vergonha nenhuma de estarem ali e confesso que eu queria estar numa situação daquelas. Continuei observando eles, e a cada gesto um calor subia pela minha nuca que me obrigou a ir até o bar pegar algo para beber. Sentei em um banco próximo ao balcão e lá pude ter uma visão melhor do tal casal. Ele estava com uma mão entre suas coxas e era fácil notar que ela estava adorando aquilo. Sua cabeça estava jogada para trás, isso só intensificava mais ainda a busca de seu primeiro orgasmo da noite. 

Me peguei extremamente excitada com aquela cena.

Um rapaz aproximou-se mas dei de ombros, eu estava focada no casal quando de repente ele chegou tão perto e suspirou em meu ouvido dizendo algo que não entendi, o susto foi tão grande que minha bolsa caiu no chão, ele se apressou em pegá-la e logo se colocou a pedir desculpas pela forma com que se aproximou. Se apresentou como Alexandre, morava à algumas quadras dali, sua voz era firme e sensual demais. Ele não parava de reparar em meus lábios. 
Confesso que gostaria de ver os últimos suspiros daquele casal, eles estavam num ápice delirante mas pelo jeito Alexandre conseguiu tirar minha atenção. Ele era alto, tinha braços e pernas fortes, sua pele era clara, rosto com formato másculo com olhos castanhos claríssimos, mas acho que era um tom mel - as luzes não me deixavam ter certeza. Não pude não reparar em sua calça jeans surrada marcando levemente sua bunda e as coxas, da camisa preta saia alguns traços, provavelmente uma tatuagem bem grande. Alexandre tinha uma boca maravilhosa, rosada, sua barba clara e grande cobria os lábios superiores. Eu estava fascinada pelo seu cabelo, raspado dos lados e em cima grande e jogado de lado, conseguia notar alguns fios brancos, provavelmente estava passando dos trinta.
- Conhece o casal? -ele me perguntou tranquilamente entre uma pausa longa. Deu um gole no uísque e a outra mão no celular, provavelmente estava desligando -Venho sempre aqui e é a primeira vez que os vejo.
- Não os conheço, parece que eles estão gostando muito daqui -disse rindo da situação na minha cabeça.
- Eu não gosto dessas coisas, fazer isso em lugares públicos excitam muito mulheres, mas não à mim... Você gosta?
- Sinceramente, estou adorando o casal - disse me virando ao balcão e pedindo uma bebida - mas já que não gosta, pare de olhar!
Estava cansada de homens do tipo, adoram uma sacanagem mas não assumem, por um instante todo meu tesão tinha ido dar uma voltinha junto com a reação dele.
- Poxa, que agressiva você! Mas está certa, tenho algo mais próximo que estou gostando mais de observar - disse lambendo os lábios, o uísque escapou pelas laterais do copo - Merda, desculpe... Perdi a concentração na bebida olhar a boca da senhorita...?
- Stella, prazer! - disse entregando um guardanapo para ele enxugar as gotas de uísque sobre a calça que envolviam suas coxas de uma maneira deliciosa, mas suas mãos estavam ocupadas com o copo e com o celular - É melhor limpar... a calça... vai ficar... hum, molhada ou talvez manchada...
Sim, eu estava gaguejando e sabe o porquê? Não havia reparado no volume de sua calça - e nossa, que volume. Ele percebeu a surpresa que tive, e antes de fazer qualquer piadinha do tipo ''Pode limpar para mim?'' e passou a mão em toda a região molhada, acariciando levemente o tal volume. Stella respira fundo, se acalma. Meu consciente gritava comigo tal frase três, quatro ou talvez cinco vezes seguidas. Não reparei mas eu já estava mordendo os lábios vendo aquele corpo na minha frente, confesso que se fosse para escolher alguém naquela noite, seria ele. 
Ele percebeu minha feição totalmente atraída, se levantou e se afastou um pouco do balcão, agora sim a vista era perfeita, conseguia vê-lo inteiro:
- Senhorita, me dê licença vou ao banheiro lavar as mãos, te encontro aqui em 15 minutos? - disse com um sorriso delicioso e ao mesmo tempo safado.
- Talvez - respondi tomando um gole do meu drink que acabará de chegar - nos vemos depois.
Ao se distanciar meus olhos se focaram totalmente nas costas largas e na bunda de Alexandre. E o tal casal? Eles resolveram ir para algum lugar mais reservado imagino, já não estavam mais no mesmo lugar... 
Peguei minha bebida e fui para a área externa do salão, logo encontrei a área de fumantes onde permaneci durante exatos 13 minutos, o suficiente para acender um cigarro e me acalmar, antes que eu pulasse no pescoço de Alexandre

domingo, 6 de julho de 2014

Cigarros - I


Mas algo em mim - ou fora de mim - me arrastava para fora daquele quarto. Quando percebi já estava no banheiro segurando meu batom vermelho rubi, e na outra mão um perfume deliciosamente adocicado. Senti o gosto do batom em meus lábios, e meus cabelos estavam levemente cacheados, e isso me tornava uma mulher segura. A cor laranja das mechas caídas por minhas costas me tiravam a impaciência, me deixava calma e atraente. Joguei uma franja para o lado esquerdo enquanto ajeitava alguns detalhes nos olhos - cor mel com um fundo preto. Meu olhar era impactante, tanto que eu mesma sentia como um profundo ataque, golpe baixo e totalmente saudável. Confesso que meus olhos dizem mais que minha boca, mas também confesso que minha boca só consegueria algo naquela noite, atráves dos meus olhos - entenda da forma mais excitante que puder.
 meus cílios finalizavam uma maquiagem simples, sem exageros - a não ser a boca - minha boca chamava uma atenção que não conseguiria te explicar. O desenho perfeito e a cor mexia com minhas fantasias mais loucas - talvez as mais gostosas. Dei uma piscadela para mim mesma, e meu reflexo retribuiu um belo sorriso branco e cheio de dentes. Calcei meus sapatos pretos, arredondados, com uma fita preta no tornozelo. Não usava calça, apenas uma shorts de pano leve - seda - que me deixava muito sensual, era impressionante como minha bunda estava desenhada naquele pano claro, um tom palha lindo, sentia minhas pernas lisas e brilhosas perfeitamente moldadas com cheiro de baunilha. 
Ligeiramente vesti uma blusa bem decotada que deixavam meus seios incrivelmente lindos, arredondados de forma rígida, conseguia imaginá-los sem o sutiã, e isso me deixava orgulhosa dos meus médios seios. Meu busto era visivelmente brilhante, exposto e chamativo, acho que até - talvez-  poderia chamá-lo de provocante. Meus ombros tornavam tudo mais completo, finaliza a obra que eu estava enxergando. Estava com uma vontade imensa de transar e sabia que com meus sentidos tão aflorados, conseguiria alguém interessante para minha noite. 
Levantei-me e fui direto ao quarto, onde tinha um espelho maior com uma visão completa de mim. E sim, eu estava com minha auto estima lá em cima, meu ego estava onde ficam reis, e eu me sentia uma rainha completa, embora a necessidade de contato fosse estranhamente grande, uma faísca de insegurança bateu no fundo dos meus pensamentos. Não, sai! Vou ir atrás do que quero. Há tempos não me sentia de tal forma, tampouco - desculpe o termo - gostosa de tal forma que me embriagava entre olhadas e outras no espelho. Algo me impulsionava para fazer algo diferente, algo novo, algo que me arrependeria depois, mas de não ter feito antes! Quem sabe, a noite estava apenas começando e eu queria desperdiçar todo o tempo que gastei me arrumando com alguém. Peguei minha bolsa e logo que sai acendi um cigarro e nele ficou estampado o meu desejo de batom! O desenho que ficou marcado no cigarro me mostrava que minha noite seria intensa.